Por: Márcia Nunes
Investigadores do Polytechnic University of Milan e da University Hospital of Basel desenvolveram um chip microfluídico que contém cartilagem e pode ser sujeito a stress mecânico. Este procedimento tem como objetivo atenuar os problemas causados pela osteoartrite e ainda ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos.
A osteoartrite é uma condição que pode afetar qualquer junção do corpo, muito comum em pessoas com mais de 60 anos, tal como está representado na figura abaixo. Devido ao desgaste mecânico da cartilagem nas articulações, ocorre degeneração e inflamação a longo prazo.
Não havendo nenhum tipo de medicação para resolver este problema, as únicas soluções consistem em cuidados paliativos ou cirurgia.
Existe uma falta de modelos que demonstrem com semelhança as condições mecânicas e fisiológicas que contribuem para a osteoartrite. Isto poderá estar subjacente ao fracasso dos investigadores em desenvolver medicamentos que podem ter um impacto real sobre a doença. De momento, a maior parte da pesquisa é conduzida utilizando explantes de cartilagem, que são induzidos para produzir resposta inflamatória através da exposição a substâncias pró-inflamatórias.
No entanto, isto não representa com precisão os fenómenos mecânicos que ocorrem na osteoartrite, onde o desgaste mecânico da cartilagem nas articulações leva a degeneração e inflamação a longo prazo.
Este novo chip microfluídico produz stress mecânico na cartilagem cultivada dentro dele para imitar com mais precisão o processo que ocorre na osteoartrite. Usando o dispositivo, os cientistas aplicaram compressão controlada à cartilagem 3D e recapitularam os fatores mecânicos envovidos na osteoartrite, com uma compressão ideal de 30% confinada para induzir as características da doença no laboratório.
Uma camada de atuação dentro do chip permite a compressão da cartilagem, que leva a inflamação, hipertrofia e degeneração, observadas na osteoartrite.
De seguida, obtiveram os perfis de expressão de genes semelhantes aos observados no tecido osteoartrítico clínico.
Os investigadores esperam usar o chip para rastrear novos medicamentos que possam interromper ou até reverter esse processo, e que podem fazer uma diferença significativa para pacientes com osteoartrite. Investigação futura incluirá a modelagem de uma junção num chip.
Fonte: MedGadget